O ensino do design no Brasil





A algum tempo vemos surgir, ante todo núcleo acadêmico uma densa discussão em torno de seu desempenho. Sobre a postura da instituição, do corpo diretivo ou do professorado perante as propostas de ensino.
De um lado vemos os alunos, eternos reclamantes do outro vemos o corpo docente com sua mesma postura a longos e incansáveis anos, tecendo seu já conhecido discurso.
Vejam bem caros leitores, farei citações a ambos e ao conjunto, pois a verdadeira intenção deste artigo é sobre todas as coisas a imparcialidade, a busca de uma reflexão sobre assunto de tamanha importância. Por isso, não julguemos nem determinemos vilões ou heróis, apenas pensemos.
Durante uma de minhas caminhadas virtuais pela mais globalizada das vias, encontrei um documentário qual tratava exatamente deste assunto. A folha que sobrou do caderno é uma obra documental de grande valor, e muito bem produzida pelos colegas do Estúdio Boana e que me inspirou, dentre outras coisas, a escrever este artigo.
O Brasil, ou melhor, o mundo atual encontra-se em um momento onde suas fronteiras são meros grafismos em um mapa, questões burocráticas de cunho político e organizacional. Fronteiras tais, cuja a transgressão de seus territórios permite-nos o acesso a diversas informações com meros cliques. Estamos em um momento onde a tecnologia evolui a cada segundo, onde culturas se mesclam e onde o design (afinal essa é a pauta)  exerce o papel fundamental de mediador. Como um termômetro cultural, contribuindo para com a indústria e a formação de repertório de todo uma sociedade. Porém, este exercício evolutivo está sendo calcado e assim como o design e o mundo evoluem, suas bases invariavelmente também devem faze-lo. E qual o principal alicerce de uma sociedade senão a educação?
É então que chegamos ao ponto X da questão.
Podemos facilmente detectar diversos problemas na estrutura educacional das instituições de ensino, particulares ou não. Temo-nas como mediadoras de um processo qual deveria mostrar-se uno, cuja principal função deveria ser a troca de conhecimento. A reciprocidade.
Temos em diversas instituições uma postura tal como a que já era adotada a anos atrás, uma receita a princípio imutável de ensinar o design. Por vezes nem mesmo uma estrutura adequada é, ou não pode ser cedida aos alunos e professores. Laboratórios deficientes, salas de aula sob modelos que eram usados na época das primeiras turmas de designers em formação. Infra-estrutura e acesso restrito, são com certeza pontos a serem questionados. Mas seriam estes os únicos? Bem, como a postura intocável e por vezes antiquada dos professores em sala? Claro…que não!
Na realidade não podemos ser generalistas, pois sim, existem casos ( na grande maioria, tecendo agora minha singela opinião) de professores que cumprem com excelência seu papel. Tenhamos como óbvio, que assim como o design desenvolve-se com absurda rapidez e ferocidade. Seus métodos de ensino, seu suporte e a instituição como um todo deve seguir seus passos.
Porém do outro lado temos o corpo discente. Ah! Os alunos…
Os alunos muitas vezes se colocam em seu lugar, em sua mesa, onde aguardam como espectadores formulas para todos os problemas. Esquecem que inerente a posição de aprendizes, está o questionamento e a pesquisa.

“ A Universidade tem  obrigação de formar cidadãos, que entre outras coisas devem ser capazes de exercer uma profissão.” (Professor Ari Rocha, A folha que sobrou do caderno)

Infelizmente o comodismo, é uma máxima (novamente ressalto, com devidas exceções) notada no colegiado que habita as salas de aula atuais. Esta infelizmente é uma característica impressa no caráter do cidadão contemporâneo. Por diversos motivos alheios que não deverão ser citados neste momento, porém que existem. Motivos e facilidades incorporados de forma distorcida pela sociedade.
Por isso muito antes de apenas criticarmos a instituição devemos pensar no conjunto aluno, instituição e docente como uma grande engrenagem, e perceber que as mudanças devem ser antes de mais nada internas!

Confira abaixo o video produzido pelo Estúdio Boana:

A folha que sobrou do caderno

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