Antigamente comprávamos produtos com promessas fantásticas – durabilidade, conforto, segurança entre outras características. Mas isso mudou, é tempo de design, os produtos não precisam cumprir suas funções, nem possuir outras características a não ser o rótulo ‘DESIGN’.
A cerca de 1 ano me encontro em uma situação pior do que me encontrava quando iniciei a faculdade. Quando me perguntava o que eu fazia, relacionavam o design industrial com o desenho de peças de máquinas, agora como dizia, piorou, sou comparado com aquelas mulheres que tatuam a sobrancelha ou que colam estrelinhas nas unhas das pessoas.
Uma termo estrangeiro em um país onde a massa não conhece o significado real de muitas palavras simples torna-se uma bela isca no mercado, transforma produtos e serviços inúteis em verdadeiras maravilhas.
Conclusão – Ponto negativo para quem detém o conhecimento e o transmite de maneira errada, tenho a esperança de que algum dia esses desvios de comportamento dos formadores de opinião terminem. Enquanto isso, continuarei vendo propagandas de celular que só apresentam dois recursos: música e design (onde está o celular?).
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A mediada que você vai amadurecendo profissionalmente, você percebe que recebe muito menos do que seu trabalho realmente vale, e isso é a reclamação de todo trabalhador, independente de sua área de atuação.
Mas ‘chicote’ é acionado quando trabalhamos por salário, isso atinge qualquer categoria, CLT ou PJ. A coisa se complica quando o contrato é regido pela CLT, e como nossa profissão se enquadra em diversos sindicatos sem relação com a profissão propriamente dita, nos tornamos reféns das normas sindicas, com direito a salário baixo, vale refeição irrisório e tempos de experiência semelhantes a de linhas de produção, o que permite contratar e demitir profissionais para projetos pontuais sem custos exorbitantes. Como PJ a coisa também não é boa, mas é muito mais confortável e chega a ser quase justa, quando não aceitamos a cópia fiel da CLT, como tem sido o costume das empresas do Brasil.
Então o que seria justo de fato? Justo seria receber equivalente ao projeto, ao trabalho executado, então retornamos ao estereótipo do designer freelancer e assim tentamos nos conformar.
A primeira coisa que aprendemos quando iniciamos o curso de design, é que é incorreto falar DESENHO INDUSTRIAL, temos que falar DESIGN!
Mas será que está correto? Por qual motivo não podemos agregar os mesmos conceitos da palavra ‘DESIGN’ a palavra ‘DESENHO’.
Os franceses são bem interessantes quando a questão é incorporar palavras estrangeiras – eles não aceitam que não haja tradução na língua deles.
Eu até aceitei essa história de chamar de design, entretanto não concordo. Mas essa discordância não é nacionalismo, é para assegurar que ninguém diria ‘Desenho Industrial de Unha’, Desenho Industrial de ‘Cabelo’. Claro que também não concordo com o termo ‘desenho industrial’, pois não é condizente com a situação atual do design.
Mas é isso, declaro aqui minha insatisfação.